Foi concluída
com sucesso a primeira fase do Datacenter da Rede Nacional de Segurança Interna
(RNSI), localizado no Tagus Park, em Oeiras, com entrada em produção prevista
para maio de 2025, no valor global de 946.148,72€, financiado por verbas do
Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
Este marco
estratégico representa um avanço significativo na transformação digital da
segurança interna em Portugal, elevando os níveis de resiliência, desempenho e
proteção da informação dos organismos sob a tutela do Ministério da
Administração Interna.
Concebido
segundo os mais exigentes padrões internacionais de qualidade, disponibilidade
e segurança, o novo datacenter é uma infraestrutura crítica que centraliza e
protege dados sensíveis e operações digitais fundamentais à atuação das forças
de segurança, proteção civil e serviços de emergência.
Infraestrutura Tecnológica de Última Geração
A
infraestrutura do datacenter distingue-se pela incorporação das mais recentes
tecnologias em três áreas fundamentais: AVAC, sistemas de energia e segurança
física e cibernética.
AVAC – Climatização de Alta Eficiência
Foram
implementados sistemas de arrefecimento redundantes, em configuração N+1,
assegurando a continuidade operacional dos equipamentos mesmo em caso de falha.
A climatização é gerida automaticamente através de sensores distribuídos, que
monitorizam em tempo real os níveis de temperatura e humidade. O sistema
recorre a free cooling sempre que as condições externas o permitem,
contribuindo significativamente para a eficiência energética e sustentabilidade
ambiental da instalação.
Energia – Infraestrutura Resiliente e Redundante
O sistema
elétrico foi projetado para cumprir os requisitos do Tier III, garantindo
elevada disponibilidade e tolerância a falhas. Conta com fontes de alimentação
autónomas, nomeadamente UPS em paralelo e geradores diesel de arranque
automático, que asseguram operação ininterrupta em caso de falha da rede
pública. A distribuição elétrica é segmentada em quadros independentes,
permitindo intervenções de manutenção sem impacto no serviço. Toda a
infraestrutura energética é monitorizada por uma plataforma SCADA, que otimiza
a gestão de carga e consumo em tempo real.
Segurança Física e Cibernética – Multicamadas de Proteção
A segurança da
infraestrutura está assegurada por um modelo de defesa em profundidade. O
controlo de acessos combina biometria, cartões RFID e autenticação multifator,
suportado por videovigilância em alta definição 24/7. A segmentação física
inclui zonas de acesso restrito com barreiras físicas, deteção perimetral e
airlocks. A cibersegurança é garantida por firewalls de última geração,
segmentação lógica por VLAN, sistemas de prevenção e deteção de intrusões
(IPS/IDS) e proteção contra ameaças persistentes avançadas (APT). A
infraestrutura cumpre rigorosamente os requisitos das normas internacionais
ISO/IEC 27001, EN 50600 e do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados
(RGPD).
Soberania Digital e Preparação para o Futuro
A escolha do
Tagus Park, reconhecido como um dos maiores polos de inovação tecnológica em
Portugal, sublinha a ambição de construir uma infraestrutura à altura dos
desafios modernos da segurança nacional. O datacenter foi desenvolvido com uma
arquitetura modular e escalável, possibilitando a expansão futura da capacidade
de computação e armazenamento, em linha com o crescimento das necessidades dos
serviços internos do Estado.
Esta
infraestrutura irá consolidar e modernizar os sistemas de informação, promover
a centralização e virtualização de recursos, e garantir baixíssima latência e
elevada redundância, essenciais para serviços críticos e resposta imediata a
situações de emergência. Além disso, representa um elemento central da
estratégia de soberania digital do Estado, assegurando que os dados mais
sensíveis permanecem protegidos sob jurisdição nacional.
A conclusão da
primeira fase do datacenter da RNSI constitui, assim, um passo decisivo rumo a
uma infraestrutura digital soberana, resiliente e preparada para enfrentar os
desafios tecnológicos e de cibersegurança do século XXI. Com este investimento,
o Estado português reforça a sua capacidade operacional, fortalece a
resiliência cibernética e melhora substancialmente a gestão da informação
crítica nacional, colocando a tecnologia ao serviço da segurança, da confiança
institucional e do bem-estar dos cidadãos.